terça-feira, 23 de junho de 2015

O Zumbi da Modernidade (Degeneração Geracional)



o zumbi da modernidade não tem qualidade
tem resolução

não provém de criatividade
usa um aplicativo para essa função

vaga por ai com um exclusivo brilho no olhar
o brilho de uma tela de 4, 5 ou 6 polegadas de bem estar

dramatizando sua saciedade
ambicionando o próximo item de sua coleção

construindo seus vínculos
atraídos unicamente pela sua função

o zumbi moderno realmente sabe se relacionar
há nele mais que a idade de sua esperança e a data de sua morte
pulsando ...
pulsando...
sonhando em desejar...


segunda-feira, 22 de junho de 2015

Epitáfio do consenso



De Silencio se afoga a interrogação
Percebendo que de ti, som não ecoa em palavra alguma.

De solidão se fragmenta as reticências.
Que de enfileiradas. Pontos viraram.
Encerrando orações.

De monotonia
A exclamação interroga-se!
Sobre sua Verdade!ra local!zação!

E de silenciosa resposta
Encharca-se a ênfase do contexto
Que à reticências, com ponto final preferiu encerrar o texto.


sábado, 17 de agosto de 2013

Espetáculo off



Ao final do espetáculo
quando os holofotes apagaram-se
e as cortinas enfim se fecharam
o vazio se alastrou
 
vendo ter deixado meu intimo palco 
a pouco de forma tão ínfima
Que é sempre tão mágico para min
Eu palhaço, chorei
mas ninguém viu ou ouviu
 as lágrima
sozinhas caíram
sem plateia, sem palco ou publico
Porque palhaço não chora
e isso é tudo.

Vazio espontâneo

















A vida como um outdoor barato
cintilante e frágil

Ilustrada e estereotipada
mutável e obsoleta

Invisível e visível
aos olhos de quem só a vê ou  enxerga

Anúncios vazios em cada esquina
pessoas transbordando em todas as avenidas
carros estáticos em seus caminhos para casa

Seus desejos hoje são inertes a sua vontade
ansiando sentir medo sentindo nada.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

pertences imutaveis


entre tantas coisas que nos pertencem
o passado parece ser uma delas a pertencer a permanecer imutavel
nosso passado é tão familiar, o conhecemos tão bem
tão bem como um bom pescador conhece um mar navegavel
tão bem como um bom amor conhece a dor como um sentimento agregado
como o mar e a dor, sempre em anexo ao amor
o passado não muda
ele não se reorganiza, não guarda rancor, não se administra, não se perde em sua vontade e pavor 
e não se trata de uma decisão
o passado simplesmente não permite edição.
Recordações que nos levam do drama a comédia
lembranças que se emaranham em lagrimas de paz e de guerra
sentimentos resgatados, que mesmo as vezes sem nomes
nomeiam as alegrias e as dores que vivenciamos, sem pudores 
e se algum potencial de mudança temos diante o passado
é o de mudar o jeito como o enxergamos
um fardo...

terça-feira, 26 de julho de 2011

Repetição mascarada



em minha cabeça
uma repetição do meu próprio drama particular
repete-se em minha voz
... reflete-se em meu espelho
reflete em vida,mascarado ou em livre contexto

em minha caixa de viver
a janela se apaga
a futilidade, altruista se torna
e dividimos o mesmo egoismo

ser dotado de razão,não me faz racional
como ser dotado de particularidades
não me faz parte delas,
e sim elas parte de min

sábado, 22 de janeiro de 2011

As flores de teu jardim


Seguramente sereis pó
mas
diferente.

Coberto pelas flores cultivadas
meu corpo será pólen

As flores que me cobrirão
serão raizes de minha morte
nutrindo outras vidas
em um auto-engano silencioso

Sorte

porque
mesmo que não se encontre uma flor
em seu olhar.
haverá milhões em seu jardim.